“A exportação para o continente americano é de cerca de 1%. [Mas] se afetar os motores da União Europeia, que são a Alemanha e a França, para onde nós exportamos, nós indiretamente seremos naturalmente penalizados”, avançou o secretário-geral da ACAP.
O dirigente da associação falava aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro da Economia, Pedro Reis, sobre o impacto da política norte-americana nas empresas portuguesas.
Hélder Pedro considera ainda que as tarifas anunciadas pelos EUA irão causar “prejuízo para a economia na sua globalidade” e acrescenta que o “Produto Interno Bruto (PIB) a nível mundial cresceu nas últimas décadas, porque se eliminaram barreiras alfandegárias”.
Nesta linha, o secretário-geral considera a negociação “fundamental” pois as “guerras tarifárias nunca dão bom resultado” e admite ainda ter sido esta a mensagem passada ao ministro durante a reunião.
Porém acrescenta que a “União Europeia tem que mostrar firmeza” e faz um apela à Comissão Europeia (CE) para que “acelere o plano de apoio à indústria automóvel que foi lançado dia 05 de março”.
“Achamos que a União Europeia deve ter uma posição de alguma contenção neste momento para tentar essa negociação e saudamos que o Governo português nos tenha recebido, a nós, como outros setores e outras associações da indústria, para poder, digamos, connosco, ver qual será a melhor solução, o melhor plano na eventualidade de as tarifas serem realmente implementadas e ficarem em vigor por um período mais prolongado”, disse Hélder Pedro.
O Ministério da Economia reúne-se com associações empresariais de diversos setores entre terça-feira e hoje para avaliar “o impacto e as medidas de mitigação” das tarifas que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou há uma semana, de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.
O Conselho de Ministros de quinta-feira vai discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Governo com associações empresariais.
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