A tecnologia automóvel evolui, e soluções que antes não existiam ou não eram aplicadas em massa tornaram-se mais comuns – como por exemplo as caixas de velocidade automáticas.
Estas dispensam o controlo humano na engrenagem de mudanças, otimizando o processo. Em muitos casos, as caixas automáticas estão associadas a patilhas no volante ou alavancas seletoras que permitem na mesma essa seleção por quem conduz.
As caixas automáticas libertam o condutor de uma tarefa essencial no controlo da viatura, permitindo um maior foco noutros aspetos do exercício da condução. Mas também são sinónimo de sensações diferentes, que nem sempre são procuradas – especialmente pelos mais puristas.
Os carros elétricos dispensam, no geral, caixas de velocidade. Mas já há sistemas que simulam as passagens de caixa, proporcionando essas sensações para quem as quiser viver. É o caso do N e-Shift, aplicado pela Hyundai ao IONIQ 5 N e ao novo IONIQ 6 N apresentado esta quinta-feira.
Mas Tyrone Johnson, líder do Centro Técnico da Hyundai Motor Europe na Alemanha, referiu à CAR Magazine que caixas manuais podem ser coisa do passado: “Já ninguém quer caixas manuais e travões de mão, ou instrumentos analógicos“.
De facto, um estudo da CarGurus revelado em abril mostrou que há menos 57 por cento de carros com caixa manual no Reino Unido na última década. O trabalho conclui que, a manter-se o ritmo, até 2037 as transmissões manuais podem desaparecer de modelos novos.
Chris Knapman, diretor editorial da CarGurus, comentou que estes números não são uma surpresa tendo em conta a proliferação de automóveis totalmente elétricos “e a procura generalizada por veículos maiores e mais premium”.
Outra tendência que Tyronne Johnson verifica é a procura por automóveis que sejam agradáveis para todos os ocupantes, tendo por isso de ser espaçosos e confortáveis para passageiros ao mesmo tempo que mantêm as emoções e sensações que um condutor procura.
Com várias décadas de experiência no setor automóvel, incluindo passagem pela Fórmula 1, o responsável da Hyundai refletiu sobre a evolução constante do setor: “Não nos podemos esquecer que um carro é uma comodidade, e as pessoas irão comprá-lo por vários motivos – seja o desempenho ou porque foi fabricado com higienizador de calçado. Em 40 anos existiram muitas mudanças. […]. Talvez em 20 anos não se vá comprar um carro sem higienizadores de calçado, se o mercado sentir essa necessidade”.
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