Esta quinta-feira completaram-se dez anos desde o falecimento de Jules Bianchi. E, na ocasião, o seu amigo Charles Leclerc – atualmente a competir pela Ferrari na Fórmula 1 – partilhou um testemunho emotivo sobre o francês.
Em outubro de 2014, Jules Bianchi estava a dar passos para uma carreira promissora na Fórmula 1, mesmo na modesta Marussia. Havia quem lhe vislumbrasse um futuro na Ferrari, mas tudo foi interrompido com um grave acidente na corrida do Grande Prémio do Japão em Suzuka.
Na altura com 25 anos de idade, o francês sobreviveu no imediato com uma lesão axonal difusa, mas depois de nove meses de luta pela vida não resistiu aos ferimentos. Estávamos a 17 de julho de 2015.
Agora que se completou uma década, Charles Leclerc recordou alguém que foi seu amigo chegado – as respetivas famílias continuam a ser próximas e o seu irmão mais velho era o melhor amigo de Jules Bianchi.
O monegasco da Ferrari contou no site oficial da Fórmula 1: “As primeiras recordações que tenho do Jules não são enquanto piloto, mas como a pessoa, já que o vivi muito mais como ser humano do que como piloto”.
O efeito da diferença de oito anos de idade foi-se esbatendo, com Leclerc e Bianchi a tornarem-se amigos próximos – que partilharam experiências e momentos. E foi também com Jules Bianchi que o piloto oriundo do Mónaco começou a dar passos no automobilismo: “As memórias mais claras que tenho são provavelmente de quando eu tinha seis ou sete anos, e foi a primeira vez que me permitiram correr num kart de aluguer com ele e com o meu irmão”, contou Leclerc.
Quanto à personalidade do malogrado piloto, o homem da Ferrari descreve-o como “a pessoa mais competitiva” que alguma vez conheceu, confidenciando: “Sinto que tenho essa competitividade em mim por causa do Jules“.
Segundo Charles Leclerc, Jules Bianchi ficava “frustrado” com qualquer derrota, considerando que era “muito obcecado” em melhorar quando sentia que não era bom que chegasse: “Isto é um traço que sempre admirei no Jules. Ele nunca desistia e trabalhava no duro de forma a melhorar em alguma coisa“.
Por fim, Charles Leclerc comentou como gostaria que o seu amigo fosse recordado: “Como um piloto extremamente talentoso que, infelizmente, nunca teve a oportunidade de estar numa equipa de topo com um carro que o ajudasse a mostrar a extensão do talento dele. […]. O mais importante para me recordar do Jules é o ser humano tão generoso que ele era e o quão dedicado ele era a tentar alcançar os objetivos“.
Depois de Ayrton Senna a 1 de maio de 1994, Jules Bianchi foi o único piloto a falecer devido a acidente num Grande Prémio de Fórmula 1. Ligado à Ferrari Driver Academy, estava a cumprir a sua segunda época, na qual se destacou com o nono lugar no GP do Mónaco – sendo o único capaz de pontuar com a frágil equipa que viria a fechar portas após 2016 sob a designação de Manor.
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