A Noruega lidera o caminho no que toca à transição para carros elétricos. É o que mostram os dados do relatório global sobre viaturas elétricas 2025 da Agência Internacional da Energia.
Naquele país nórdico não integrante da União Europeia, descrito no documento como “líder mundial na mobilidade elétrica”, 88 por cento dos automóveis vendidos são elétricos de bateria (BEV) e pouco menos de três por cento são híbridos plug-in – o que significou uma descida de 12 por cento no uso de petróleo por comparação com 2021.
Espera-se que o cenário fique ainda mais favorável aos carros elétricos na Noruega, já que em abril os impostos relativos a carros de combustão e híbridos plug-in aumentaram.
O objetivo é ambicioso: vender apenas veículos sem emissões já este ano. Em junho, a quota de mercado dos veículos elétricos atingiu 96,9 por cento na Noruega, segundo a Administração Norueguesa das Estradas Públicas.
Elétricos e híbridos plug-in representam já cerca de um terço dos automóveis que circulam nas estradas norueguesas (32 por cento, em concreto). É uma subida de 20 por cento em apenas cinco anos. Enquanto as vendas de elétricos cresceram de 100 mil para 110 mil entre 2023 e 2024, no que toca a híbridos plug-in foi verificada a descida de 10 mil para 3.500.
Sem surpresa, há também reflexos nos postos de carregamento: na Noruega, mais de 90 por cento da rede de autoestradas tem um posto a cada 50 km. O mesmo acontece em países como Alemanha, Bélgica ou França. E praticamente 20 por cento são carregadores rápidos posicionados juntos de autoestradas.
Em contraciclo com a UE
Se na Noruega houve um aumento das vendas de modelos eletrificados, na União Europeia, foram vendidas no ano passado menos 5,9 por cento de viaturas elétricas (1.447.934, contra 1.538.106).
A quebra também se registou nos híbridos plug-in comercializados, que foram 758.944 em 2024 por comparação com os 814.294 do ano anterior (menos 6,8 por cento).
Apenas um em cada cinco novos carros vendidos na Europa no ano passado eram elétricos, em linha com 2023. A quota até subiu em 14 dos 27 países, mas existiram estagnações em países chave e até descidas acentuadas noutros como Alemanha e França.
E em Portugal?
O caso português está, também, num sentido inverso ao do conjunto da UE: foram vendidos, em 2024, mais seis mil automóveis elétricos num total de 41.757 (20 por cento das vendas totais) representando uma subida de 14,7 por cento e mais um milhar de híbridos plug-in (28.346).
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