As tarifas impostas por Donald Trump em abril estão a ser um verdadeiro desafio para a indústria automóvel. A Aston Martin e a Porsche decidiram responder com o aumento dos preços dos seus automóveis nos Estados Unidos da América.
É um caminho que já foi seguido por outros setores de atividade, tendo em conta o peso nas contas que representa o aumento dos impostos a pagar para colocar naquele mercado os produtos fabricados no estrangeiro.
No início da semana, até houve um acordo alcançado entre a União Europeia e os EUA, mas este só diminui as tarifas para 15 por cento. Antes das medidas protecionistas da Administração Trump, eram de 2,5 por cento para os carros fabricados em solo europeu.
Segundo a agência Reuters, o construtor britânico Aston Martin opera, desde o mês de junho, um aumento de preços nos Estados Unidos. Já o diretor-executivo da Porsche, Oliver Blume, considera que “esta não é uma tempestade que irá passar“. Assim, a marca de luxo alemã aumentou os preços dos seus automóveis nos Estados Unidos em julho, entre 2,3 e 3,6 por cento. Para além disso, não há planos de colocar produção naquele país.
Apesar do acordo alcançado entre a UE e os EUA trazer algum alívio, os construtores automóveis europeus perdem esperança em alcançar um enquadramento tarifário específico mais favorável ao setor. É possível que outros fabricantes sigam o caminho do aumento dos preços, preveem analistas.
Inclusive construtores americanos já sentiram o impacto das tarifas, com custos de 800 milhões de dólares para a Ford no segundo trimestre do ano. A General Motors reportou uma fatura de mil milhões de dólares. Já a Volkswagen, cujo grupo empresarial engloba a Porsche, reportou prejuízos de 1,5 mil milhões de dólares com as tarifas.
Leia Também: Como o acordo tarifário entre EUA e Europa afeta o setor automóvel