A Stellantis não deverá avançar no seu programa de soluções de condução autónoma Nível 3, integrado no programa STLA AutoDrive.
Apresentado em fevereiro, prometia a possibilidade de o condutor tirar as mãos do volante e deixar de olhar para a estrada em circunstâncias especiais até aos 60 km/h de velocidade.
No entanto, segundo a Reuters, um porta-voz do conglomerado automóvel explicou que o software não chegou a ser lançado. Embora a tecnologia esteja pronta a ser utilizada, a Stellantis considera que neste momento há “uma procura de mercado limitada”.
Mas a mesma agência cita três fontes que adiantam que o programa está mesmo parado e não deverá avançar. Para além da viabilidade de mercado, os custos são uma preocupação. Ainda assim, o trabalho já efetuado no AutoDrive deverá ajudar versões vindouras deste programa. Quanto ao futuro deste projeto tecnológico da Stellantis, o grupo está a contar com a start-up tecnológica aiMotive.
Stellantis AutoDrive
Em fevereiro, a Stellantis apresentou o STLA AutoDrive 1.0, como o seu primeiro sistema de condução automatizada próprio, considerando-o como “pilar fundamental da estratégia tecnológica”.
Envolvia automação de Nível 3, juntando-se ao STLA Brain e ao STLA Smart Cockpit. A proposta é de a condução automatizada ser possível até aos 60 km/h de velocidade e determinadas condições de tráfego e clima, sendo especialmente útil para ‘eliminar’ o trabalho do condutor em trânsito pára-arranca.
“Assistir a um filme, pôr os e-mails em dia, ler ou livro ou olhar para a paisagem”. Foram situações que a Stellantis utilizou para demonstrar aquilo que um condutor poderia fazer com o STLA AutoDrive a funcionar no seu carro.
Já a velocidades mais altas, o sistema prevê cruise control adaptativo e centragem na faixa de rodagem (Nível 2 e Nível 2+).
Prejuízos milionários no fim de junho
Entre janeiro e junho, a Stellantis registou perdas líquidas de 2,256 milhões de euros, enquanto no mesmo período do ano passado tinha tido lucros superiores a cinco mil milhões de euros. A receita líquida desceu 13 por cento.
A reestruturação, aliada à campanha de recolha dos airbags defeituosos da Takata e às tarifas, são algumas das causas dos piores resultados do conglomerado. Em junho, Antonio Filosa chegou ao cargo de diretor-executivo. Segundo a Reuters, o dirigente deverá apresentar um novo rumo para a firma já no início de 2026.
Leia Também: Stellantis de lucros a prejuízo milionário. Tarifas custam caro