Afinal, o grupo Stellantis não vai ter uma gama de carros totalmente eletrificada até 2030. Os objetivos do plano Dare Forward estão a ser repensados, segundo Jean-Philippe Imparato.
Citado pela agência italiana ANSA durante a IAA Mobility em Munique, o diretor de operações para a Europa explicou: “A maior parte do conteúdo do plano Dare Forward ainda é válido e pode ser confirmado. Parte, provavelmente irá mudar – a eletrificação a 100 por cento até 2030 já não é alcançável, por motivos óbvios relacionados à evolução do mercado”.
Segundo o Jean-Philippe Imparato, na semana passada este plano foi discutido com o novo diretor-executivo da Stellantis, Antonio Filosa, que deve “apresentar uma visão do que a Stellantis poderia ser dentro de cinco ou dez anos”.
No entender do francês, as metas rigorosas da UE para o setor automóvel totalmente elétrico até 2035 só são concretizáveis no prazo previsto com um colapso associado: “Os objetivos definidos pela Europa para o setor automóvel para 2030 e 2035 já não são alcançáveis, a menos que se assuma que estamos a enfrentar um colapso de mercado de cerca de 30 por cento e o colapso financeiro de todos os fabricantes europeus“.
A recomendação de Imparato é clara: “Acolhemos fortemente a discussão estratégia sobre a evolução dos regulamentos na Europa. É importante”.
Opel é exemplo recente de recuo na eletrificação
O grupo Stellantis tem enfrentado alguns momentos difíceis ao nível de lucros, vendas e receitas. Antonio Filosa falou, inclusive, de continuar “a tomar as decisões difíceis necessárias para restabelecer o crescimento rentável e melhorar significativamente os resultados”.
Apesar de os objetivos originais do plano Dare Forward – ainda delineado por Carlos Tavares – estarem fora do alcance devido à procura aquém do esperado no mercado, isso não significa deixar de investir na eletrificação. No entanto, algumas das marcas do grupo estão a abrandar os seus planos e a adotarem uma estratégia mais gradual em vez de optarem pela eletrificação total.
É o caso da Opel, que em 2021 assumiu o objetivo de ser 100 por cento elétrica na Europa até 2028. Em agosto, segundo a agência DPA, admitiu que “isto não tem de ser limitado a 2028 se a procura requerer o contrário“. Por agora, terá uma estratégia de múltiplos tipos de motorizações – incluindo totalmente elétricas, híbridas e de combustão.
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