Os meses de verão são, habitualmente, secos em Portugal. As últimas semanas quase não tiveram chuva, que está a regressar por estes dias. E deve adaptar a sua condução.
O asfalto tem borracha, detritos e outra sujidade acumulada, assim como óleos. Já deverá ter reparado no efeito arco-íris por vezes presente no asfalto molhado devido à mistura da água com óleos (ver imagem mais abaixo).
Acrescentar água vai tornar o piso extremamente escorregadio e muito menos aderente – acrescendo ao perigo mais elevado que representa conduzir com chuva.
E há, também, o risco de se formarem lençóis de água ou de esta se acumular no piso, potenciando cenários de ‘aquaplaning’ mesmo a baixas velocidades – especialmente em contexto urbano, com os solos menos permeáveis e a possibilidade de os sistemas de drenagem não estarem a funcionar adequadamente.
Assim, deve ter em especial consideração as recomendações gerais para conduzir em cenários de chuva.
Condições do carro
Óleos em estrada molhada© Shutterstock
Deve confirmar que os pneus estão em bom estado. Um piso do pneu demasiado gasto é sempre perigoso, mas sobretudo com chuva ao diminuir a aderência e capacidade de dispersão de água.
As escovas do limpa para-brisas podem ficar degradadas com o calor do verão. Verificar o seu estado é essencial, para garantir que desviam a água e permitem manter uma boa visibilidade.
As luzes também têm de estar a funcionar corretamente, para assegurar a sua visibilidade e assinalar a presença do seu automóvel. Já os vidros devem estar desembaciados, pelo que também deve conferir o estado do sistema de ventilação e do ar condicionado – importante para desembaciar em andamento.
Condução
Boas práticas de condução são sempre essenciais para evitar acidentes, mas as cautelas devem ser redobradas à chuva. Deve circular a velocidade moderada e adequada às condições.
O Código da Estrada define que “o condutor deve moderar especialmente a velocidade” em vários casos, incluindo em “troços de via em mau estado de conservação, molhados, enlameados ou que ofereçam precárias condições de aderência”. Infrações são puníveis com multas de 120 a 600 euros.
As mesmas coimas são aplicáveis para quem não respeitar esta orientação do mesmo regulamento: “O condutor deve regular a velocidade de modo a que, atendendo (…) às características e estado da via e do veículo, (…), às condições meteorológicas ou ambientais (…), possa, em condições de segurança, executar as manobras cuja necessidade seja de prever e, especialmente, fazer parar o veículo no espaço livre e visível à sua frente“.
Se o carro tiver cruise control, deve mantê-lo desligado para não comprometer o controlo do automóvel, sendo também recomendável manter uma distância de segurança que permita travar num tempo razoável consoante a velocidade e o estado da via.
A reação dos travões é diferente, com maiores tempos de travagem, devendo ter cuidado nesses momentos. Evite travar repentinamente em piso molhado, pois o carro pode ter tendência a deslizar. Acelerações bruscas, andar rápido demais ou virar subitamente também podem levar a entrar em ‘aquaplaning’ com a estrada molhada.
Utilize as luzes, mesmo de dia, conforme as condições de luminosidade – incluindo as de nevoeiro se assim for necessário.
E se derrapar?
Caso sinta o seu carro a derrapar com a estrada molhada, é essencial não travar a fundo. Deve tirar os pés dos pedais e aliviar a direção até que esta comece a ficar mais pesada. Segundo o site Segurança Rodoviária, em derrapagem deve travar com suavidade e tentar pôr o carro direito.
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