Nos últimos dias, dois líderes de programa da Tesla deixaram o construtor dirigido por Elon Musk: Emmanuel Lamacchia, que trabalhou com o Model Y, e Siddhant Awasthi, responsável pelo controverso Cybertruck.
O primeiro a anunciar a saída foi Siddhant Awasthi. Começou a carreira no fabricante de carros elétricos americano como estagiário há oito anos e foi gestor de programa da peculiar e polémica pick-up Cybertruck – que ainda é ilegal em vários países e regiões. Nos últimos meses, foi gestor do programa da Cybertruck e também do Model 3.
Sem anunciar quais são os seus planos profissionais e o que o levou a deixar a empresa, o agora ex-responsável da Tesla escreveu no LinkedIn: “Esta decisão não foi fácil, especialmente com tanto crescimento empolgante no horizonte. Os veículos da Tesla são sistemas incrivelmente complexos que, por vezes, não recebem o crédito que merecem, mas testemunhei em primeira mão como mudaram vidas […]. Estou confiante que a Tesla irá acertar na sua próxima grande missão […] e estou verdadeiramente empolgado pelo próximo capítulo da minha vida”.
Algumas horas depois, foi a vez de Emmanuel Lamacchia anunciar a sua saída da Tesla no passado domingo. Era gestor de programa de veículo do Model Y. Entrou em 2018 e supervisionou a produção e lançamento internacional do Model Y – um sucesso de vendas da Tesla.
Também foi através do LinkedIn que comunicou a sua decisão de deixar a empresa, sem entrar em detalhes sobre motivos ou futuro profissional: “Que jornada foi… de liderar o NPI para as variantes do Model 3 e do Model Y a tornar-me gestor do programa de veículo do Model Y […]. Liderar o lançamento do novo Model Y foi o ponto alto: converter todas as quatro fábricas em três continentes em apenas duas semanas, algo que nunca tinha sido feito antes na indústria automóvel. […]. A Tesla ensinou-me a como andar rápido sem partir as coisas e como escalar de protótipos para milhões de unidades”.
Ano difícil para a Tesla
Em 2025, a Tesla tem-se debatido com dificuldades no seu negócio automóvel, apresentando quebras de vendas em várias regiões do mundo. A gama envelhecida, a concorrência chinesa e a incursão de Elon Musk pela política e pela Administração Trump são algumas das possíveis causas.
Desde o Cybertruck que não lança nenhum modelo totalmente novo, apesar de ter introduzido atualizações recentes – as versões mais acessíveis do Model 3 e do Model Y, tal como evoluções do Model S e do Model X.
Tem havido uma inclinação crescente para projetos de inteligência artificial e em táxis de condução autónoma. E, entretanto, gestores de topo do ramo automóvel têm vindo a abandonar a empresa.
Além dos casos de Emmanuel Lamacchia e de Siddhant Awasthi, também se registaram baixas importantes como a de Daniel Ho e de David Zhang. Outros casos dos últimos meses incluem Piero Landolfi e Troy Jones, tal como Vineet Mehta que trabalhava no campo das baterias.
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