Há quase 30 anos – desde 1999 – que o Grupo Renault e a Nissan têm uma aliança, mas a relação tem vindo a enfraquecer nos últimos anos na sequência de diversos fatores – incluindo financeiros ou estratégicos.
De facto, em 2023 houve um acordo para a Renault reduzir gradualmente a sua participação no fabricante nipónico até dez por cento. Os 43 por cento iniciais que a Renault possuía na Nissan já baixaram para os atuais 36 por cento das ações, ao passo que a Nissan tem 15 por cento dos franceses.
A parceria, forjada ainda na década de 1990 com Carlos Ghosn ao leme, salvou a Nissan da falência na altura, para além de resultar numa parceria com benefícios mútuos. Também inclui a Mitsubishi, que é parcialmente detida pela Nissan.
Este ano, as duas partes passaram por mudanças de liderança: o Grupo Renault tem agora François Provost como diretor-executivo, enquanto Ivan Espinosa assumiu o mesmo cargo na Nissan – que se debate com fortes dificuldades financeiras.
Luca de Meo era a favor de se desfazer gradualmente da Nissan, mas este ano abandonou a liderança do construtor gaulês, sendo rendido por François Provost – que tem uma posição mais favorável à aliança.
E, segundo noticia o Financial Times, esta mudança terá aberto espaço a discussões sobre um reavivar da aliança entre os dois fabricantes. Cita um porta-voz da Renault, que dá conta de conversas regulares que terão ocorrido entre o líder francês e o homólogo da Nissan, Ivan Espinosa.
François Provost afirmou recentemente: “Os 20 anos com a Nissan ensinaram-nos que temos a capacidade não só de negociar parcerias, como, acima de tudo, executá-las em proveito da Renault”.
Por seu turno, a Nissan considera que esta é uma parceria essencial: “A aliança é um pilar chave da nossa atividade empresarial”, fez saber.
A situação de aperto financeiro que a Nissan atravessa leva a um valor de mercado consideravelmente mais baixo. A empresa asiática lida com prejuízos e quebras de vendas, tendo já obrigado o Grupo Renault a reportar 11,6 mil milhões de euros em prejuízos excecionais. Atualmente, tem em marcha um plano de reestruturação que prevê milhares de despedimentos globalmente e o fecho de sete das suas 17 fábricas.
Leia Também: Líder da Renault Espanha quer que fabricantes chineses ensinem europeus
