Embora ainda não equipem a maioria dos automóveis elétricos nas estradas, as capacidades de carga bidirecional têm vindo a ser um recurso de cada vez mais modelos.
No essencial, o veículo passa a ser uma espécie de powerbank gigante. Há três tipos de funcionalidades: Vehicle-to-Load (V2L), Vehicle-to-Home (V2H) e Vehicle-to-Grid (V2G).
A tecnologia permite carregar em duas direções. O processo é complexo, envolvendo a conversão de corrente contínua para corrente alternativa. Portanto, não só o veículo tem de ser compatível, como também tem de ser usado o equipamento adequado. E os custos associados são, também, mais altos.
Vehicle-to-Load (V2L)
Neste caso, o carro pode alimentar outros dispositivos, incluindo pequenos eletrodomésticos. Substitui a rede de energia. Tal como poderia usar uma powerbank para alimentar um telemóvel fora de casa. Um exemplo: aquando da apresentação do novo iX3 Neue Klasse, a BMW demonstrou-nos o funcionamento destas capacidades ao ligar uma máquina de fazer pipocas a um automóvel. E a máquina funcionou normalmente, como se estivesse ligada à rede elétrica.
Esta capacidade é especialmente útil em situações de recurso quando a energia elétrica falha ou quando está em zonas mais remotas sem eletricidade – por exemplo, em campismo. Neste caso, não é necessário um carregador bidirecional.
Vehicle-to-Home (V2H)
Um automóvel com capacidades bidirecionais pode, igualmente, alimentar uma casa ou um edifício (V2G, Vehicle-to-Building), permitindo a gestão da utilização da energia: pode carregar o carro durante períodos de tarifas mais baratas e, depois, devolver a energia nas horas mais caras.
Também é possível ser um back-up em situações de falhas de energia elétrica, ou usar o automóvel como uma espécie de bateria para armazenar a energia solar em excesso (se a produzir em casa). É exigido um carregador bidirecional de corrente contínua, para além de que o automóvel tem de ser compatível.
Vehicle-to-Grid (V2G)
Neste caso, em tudo semelhante à funcionalidade V2H, o carro pode devolver parte da energia armazenada à rede elétrica pública. Assim, é possível carregar o automóvel em períodos de menor procura energética e devolver energia à rede em picos de consumo, o que promove um equilíbrio e estabilização.
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