Os critérios de avaliação da segurança dos automóveis pela Euro NCAP vão ser mais rigorosos e abrangentes a partir do próximo ano. Esta semana, foram anunciadas várias alterações.
Ao nível da segurança da condução, vão ser incluídas avaliações da forma de interagir com o veículo. O posicionamento, clareza e facilidade de utilização de controlos essenciais passarão a ser aspetos avaliados, bem como a existência de botões físicos para funcionalidades mais recorrentes. De referir que já há construtores que estão a voltar aos botões físicos, constatando que os clientes europeus os preferem face aos controlos digitais.
Outra estreia é o teste em estradas reais da precisão dos dados sobre os limites de velocidade. Os sistemas de assistência à condução também serão avaliados em condições reais, no sentido de “melhorar a aceitação do cliente”, já que têm vindo a ser criticados pelos avisos ou intervenções intrusivas.
Os puxadores de portas elétricos do exterior dos automóveis têm, a partir de 2026, de se manter funcionais após um incidente – uma preocupação crescente nos últimos tempos.
Monitorização do condutor e prevenção de acidentes
Também será dada uma maior atenção aos sistemas de monitorização do comportamento do condutor, em particular ao nível da fiabilidade e aceitação pelo utilizador. A monitorização em tempo real valerá pontos, sendo necessário vigiar continuamente os movimentos oculares e da cabeça e fazer a ligação da informação do estado do condutor à sensibilidade dos sistemas de ajuda à condução.
Os sistemas de prevenção de acidentes ficarão, igualmente, sujeitos a uma avaliação mais rigorosa, com o alargamento dos cenários de modo a que estes reflitam os padrões dos acidentes no mundo real. A operação dos sistemas será alvo de avaliação – a sua suavidade e se é ou não intuitiva – isto perante a queixas crescentes de “intervenções intrusivas ou imprevisíveis”. A capacidade de reconhecer e mitigar os riscos de um carregamento indevido no pedal do acelerador em vez do travão será uma mais-valia na avaliação.
Noutro âmbito, o teste de colisão frontal passará a ter em conta mais tipos de corpos do condutor e do passageiro – desde crianças a idosos. Haverá um maior escrutínio no que toca ao risco de lesões de peões.
Por fim, as notificações automatizadas de emergência passarão a ter de incluir detalhes acerca do número de pessoas que seguem a bordo, com uma deteção fiável mesmo se nem todos tiverem os cintos de segurança apertados. Quanto aos carros elétricos, vão ter de comunicar ao condutor o risco de incêndio nas baterias e emitir um aviso atempado se se registar uma ignição.
Revisão regular
Os critérios de avaliação da Euro NCAP são revistos periodicamente a cada três anos. Michiel van Ratingen, secretário-geral da Euro NCAP, considera que as revisões agora anunciadas vão reforçar “o rigor e relevância dos testes”.
Sublinhou, igualmente, que as atualizações asseguram que “os testes, análises e classificações se mantenham na orientação definitiva para os clientes que valorizam uma orientação imparcial sobre a segurança” dos automóveis que poderão comprar.
