Uma das várias medidas que a Comissão Europeia propõe para o futuro da mobilidade é a criação de uma nova categoria destinada a carros elétricos de pequenas dimensões feitos na Europa – que poderão estar ligados a benefícios para clientes e fabricantes.
Estes poderão ter até 4,2 metros de comprimento. Esta designa-se M1E e os seus requisitos ficarão congelados durante dez anos – garantindo uma estabilidade regulamentar.
Embora não tenham sido anunciados outros pormenores desta classe de viaturas, tendo em conta o que se sabe, modelos como o Citroën ë-C3 ou Renault 5, e até o futuro Volkswagen ID. Polo que chegará em 2026, poderiam ser abrangidos.
Segundo um artigo de perguntas e respostas sobre o novo pacote anunciado esta terça-feira (16 de dezembro), a nova definição visa “simplificar o trabalho dos Estados-membros e das autoridades locais” para a definição de incentivos fiscais e não fiscais à adoção destas viaturas.
Entre esses benefícios, a nota de Bruxelas exemplifica com subsídios para a aquisição, isenção de impostos ou até tarifas de estacionamento próprias, acesso privilegiado a vias de trânsito e a estacionamento ou até carregamento com desconto.
Para já, não se conhecem detalhes aprofundados sobre esta nova categoria de automóveis elétricos de pequenas dimensões – como por exemplo os equipamentos que devem ou não ter. Isso só se ficará a saber quando forem publicadas as alterações ao regulamento em causa.
Incentivos para os construtores
Também vão existir vantagens para os fabricantes, segundo o pacote proposto. No contexto das metas ambientais, os elétricos acessíveis de pequenas dimensões fabricados na União Europeia vão estar associados a um regime de supercréditos, em que cada unidade vendida contará como 1,3.
Um benefício que Bruxelas também conta ter consequências para os clientes: “Fornece um forte incentivo para os fabricantes de veículos produzirem e comercializarem volumes mais altos de pequenos veículos elétricos, com um efeito positivo indireto esperado, também, no custo acessível destes veículos”.
Metas menos ambiciosas
De referir que o pacote agora anunciado elimina a necessidade de todos os automóveis vendidos na União Europeia a partir de 2035 terem de ser elétricos ou a hidrogénio.
A nova abordagem fixa uma redução de 90 por cento das emissões de gases poluentes dos veículos, sendo que os restantes 10 por cento devem ser compensados com o uso de aço de baixo carbono fabricado na UE, ou então através do uso de combustíveis sustentáveis. Há, ainda, valores específicos para viaturas como furgões ou pesados.
Esta flexibilidade, muito pedida na indústria, vem permitir aos fabricantes trabalharem nas soluções para automóveis mais amigos do ambiente – mantendo a validade de motorizações híbridas (híbridas plug-in e mild-hybrid), motores de combustão e extensores de autonomia.
