A Polestar é uma das marcas dedicadas exclusivamente a carros elétricos a operar na Europa. Levou a cabo uma manifestação silenciosa contra a proposta da Comissão Europeia de revisão das metas ambientais.
O anúncio de Bruxelas surgiu esta terça-feira (16 de dezembro), mas mesmo antes de ser formal já existiam rumores sobre o recuo nas intenções de autorizar apenas veículos elétricos e a hidrogénio a partir de 2035.
As novas metas preveem a redução de 90 por cento das emissões poluentes a partir de 2035, sendo os outros 10 por cento compensados pelo uso de aço de baixo carbono produzido na União Europeia ou combustíveis ecológicos.
Na segunda-feira, véspera da divulgação oficial da proposta de Bruxelas para o setor automóvel, a Polestar vincou a sua insatisfação com a abordagem. Assim, o fabricante sueco realizou uma manifestação silenciosa com uma caravana de automóveis diante das instalações da Comissão Europeia em Bruxelas. A mensagem de compromisso para com os automóveis elétricos ficou clara: ‘Still Committed, Still Electric’.
“Não aos motores de combustão”
Michael Lohscheller, diretor-executivo da Polestar, não podia ser mais claro na postura da marca: “A eletrificação é o único caminho, e dizemos não aos motores de combustão“.
E alertou para o impacto a longo termo da revisão das metas não só ao nível ambiental, como da competitividade: “Um veículo a combustão fabricado em 2035 poderá continuar a poluir vinte anos depois. Reduzir a meta de 100 por cento para 90 por cento pode parecer um detalhe, mas recuar agora não prejudica apenas o clima – prejudica também a competitividade da Europa“.
No entender do dirigente, eletrificar a oferta automóvel é essencial para o setor automóvel “garantir prosperidade e empregos nas próximas décadas”. E considera igualmente que a marcha-atrás de Bruxelas vai deixar a União Europeia atrasada na indústria ao estender “a vida útil de indústrias obsoletas apenas por alguns anos, enquanto o resto do mundo avança“.
Vários construtores estão a recuar ou a mudar os prazos dos seus planos de eletrificação das gamas e pressionaram no sentido desta revisão de medidas. Falam de uma procura abaixo das expectativas por carros elétricos.
Sobre isso, Michael Lohscheller contrapôs: “A Europa não tem um problema de procura, tem um problema de confiança”.
