Sem categoria Tendências que podem marcar um setor automóvel em “mudança estrutural”

Tendências que podem marcar um setor automóvel em “mudança estrutural”


O setor automóvel atravessa uma era de transformação, e há tendências que prometem marcar o futuro da indústria ao nível global. Estas foram analisadas pelo estudo ‘What Car Buyers Want: A Global Guide for Automotive OEMs’, da consultora Boston Consulting Group em dez países.

 

Da implementação crescente de tecnologias digitais a bordo às metas climáticas, passando pelo comportamento dos clientes e até pela crescente competitividade, muitos são os desafios para o setor e para os seus fabricantes.

“Mudança estrutural”

Carlos Elavai, diretor de gestão da empresa, afirmou em comunicado: “Estamos a assistir a uma mudança estrutural no setor automóvel: os consumidores estão a redefinir as suas prioridades, a lealdade está a enfraquecer, as marcas chinesas estão a ganhar protagonismo e os veículos elétricos estão a consolidar a sua ascensão. Os OEMs que conseguirem antecipar estas tendências, investir em tecnologia e criar experiências de cliente diferenciadoras serão os que irão liderar o próximo ciclo de crescimento”.

Chineses ganham influência

Os fabricantes chineses estão a ter um poder de influência cada vez maior, com a sua tecnologia e preços competitivos dos carros 100 por cento elétricos, diz o trabalho.

De facto, 10 a 20 por cento dos consumidores europeus inquiridos admite comprar um modelo chinês – a quota de mercado média na União Europeia é, atualmente, de quatro por cento.

Na China, 85 por cento das pessoas está disponível para apostar em marcas nacionais. Em contraponto, só sete por cento dos clientes dos Estados Unidos da América admitem adquirir um automóvel chinês.

Menos fidelidade às marcas

Só cerca de 40 por cento dos consumidores que participaram no estudo planeiam voltar a comprar um veículo da mesma marca. Entre os mais jovens, esse número baixa para 21 por cento e, no caso concreto da China, situa-se em torno dos 10 por cento.

A BCG conclui que “a queda de fidelidade é transversal às regiões” e particularmente expressiva entre os mais jovens. Explica que estes estão mais abertos à novidade – ao nível de tecnologias, modelos de compra e marcas.

Digitalização

O setor automóvel não foge à realidade de um mundo cada vez mais digital. Já há uma maioria de clientes que querem atualizações remotas (over-the-air) nos automóveis e veem as valências tecnológicas dos veículos como fator preponderante na escolha. O acesso a ecossistemas digitais e várias opções é muito valorizado.

No que toca ao processo de compra, 31 por cento dos consumidores que participaram no estudo poderão vir a comprar o seu próximo carro online, sem sequer marcarem uma visita física. Uma percentagem ainda maior verifica-se entre os jovens (44 por cento).

E os carros elétricos?

Quanto aos carros elétricos, 71 por cento das pessoas que já os conduzem, pretendem voltar a comprar um modelo deste tipo. E entre quem tem viaturas com outras motorizações, 50 por cento dos inquiridos pensa continuar com o mesmo tipo de sistema na próxima compra.

Na Europa, 24 por cento dos consumidores recusam comprar um carro totalmente elétrico em algum ponto, sendo que nos EUA essa percentagem sobe para 28 por cento.

A aquisição continua a ter nas preocupações ambientais um fator preponderante, mas na Europa o maior peso vem dos custos e das poupanças. Já a China e os EUA revelam a tecnologia e funcionalidades como forças motrizes.

Condutores convencidos com a condução autónoma

As ajudas à condução e tecnologias de automação da condução estão a generalizar-se. Este estudo mostra que 79 por cento das pessoas que conduzem automóveis com estas valências consideram-nas úteis, enquanto 45 por cento dos que nunca as usaram admitem que são recursos com potencial.

Na China, mais de 60 por cento dos inquiridos estão abertos a viajar em táxis 100 por cento autónomos. Uma tendência diferente da verificada na Europa e nos EUA, onde ainda há algum ceticismo – a percentagem desce para cerca de 30 por cento.

UE desiste de proibir motores de combustão a partir de 2035

Já é oficial: a Comissão Europeia descarta a proibição de motores de combustão a partir de 2035. A meta fixa-se na redução de 90 por cento das emissões de gases poluentes.

Notícias ao Minuto com Lusa | 16:37 – 16/12/2025

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